Documentação


Escola Católica: um serviço à evangelização da cultura

O Papa João Paulo II, na sua recente Exortação Apostólica "Ecclesia in Europa" reafirma uma vez mais que "a evangelização da cultura deve mostrar que hoje, nesta Europa, também é possível viver em plenitude o Evangelho enquanto itinerário que dá sentido à existência" . E acrescenta que " para isso, a pastoral deve assumir a tarefa de plasmar uma mentalidade cristã na vida ordinária: na família, na escola,..." .

A escola católica, de facto, situa-se neste contexto da evangelização da cultura e tem que estar necessariamente ao serviço das famílias que, em total liberdade, devem poder escolher o projecto educativo para os seus educandos conforme às suas convicções morais e religiosas.

Em Portugal ainda existe uma visão profundamente estatizante da educação e o ensino livre - nomeadamente a escola católica - são tolerados e considerados supletivos relativamente à escola do Estado. A liberdade de educação e a igualdade jurídica entre escolas do Estado e escolas privadas são uma urgência que não podemos continuar a adiar.

Cabe aqui um importante papel às associações de pais e encarregados de educação das escolas católicas bem como às legítimas associações que as representam. É que o direito e o dever primário de educar é das famílias. Ao Estado compete criar as condições para que elas possam exercer este direito/dever em total liberdade e sem qualquer encargo acrescido.

A Igreja não prescinde do direito que lhe assiste de cooperar com os pais na educação integral dos seus filhos, contribuindo com a luz do Evangelho e a sua experiência secular para a formação das novas gerações.

Educar foi sempre para a Igreja um dever e uma autêntica sedução, exercício que por vezes se lhe torna penoso, mas que ela teima em realizar como contributo assinalável à família e à pessoa humana.

Sabemos que os ambientes sociais e culturais em que vivemos mudam frequentemente e com uma rapidez galopante e, por isso, todos nós - pais, professores, alunos, Igreja - somos convidados a um permanente esforço de procura e resposta aos desafios que cada momento histórico nos coloca, conscientes de que são intocáveis e duradouros os valores do Evangelho que informam um projecto educativo cristão.

Uma escola católica verdadeiramente centrada na pessoa do aluno não pode, como escreveu Jacques Delors, "deixar por explorar nenhum dos talentos que constituem como que tesouros escondidos no interior de cada pessoa humana" .

Ao Estado Português cabe criar as condições financeiras para que as escolas católicas possam assumir a missão que lhes é confiada pela Igreja e solicitada pelos pais em igualdade de condições com os financiamentos concedidos às escolas de que é proprietário. Respeitamos o pluralismo no que se refere à existência de modelos e de projectos educativos, mas exigimos também igualdade de tratamento para o projecto educativo informado pelos valores do Evangelho de que a escola católica é portadora. Não podemos, pois, aceitar que se tolere a existência do ensino privado nem que se reduzam as comparticipações às escolas que são financiadas actualmente pelo Estado.

Não podemos ignorar que, apesar das dificuldades criadas, a escola católica em Portugal abrange um universo de cerca de 85 mil alunos, distribuídos por 600 escolas dos diversos graus de ensino.

É tempo de caminharmos de mãos dadas numa atitude esperança que, como afirmou o João Paulo II, " torne possível dar sentido à vida e à história" .



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